O dia de hoje do julgamento do chamado “Caso Isaltino” trouxe o depoimento de Paula Nunes, ex-secretária do autarca na Câmara de Oeiras, considerada testemunha – chave no processo.
Paula Nunes, ex-secretária de Isaltino Morais esteve presente no Tribunal de Sintra para prestar depoimento, na condição de testemunha – chave no julgamento do autarca.
Depois de ter dado uma entrevista à revista Sábado, em que relatava pressões por parte de membros da autarquia e do presidente, Isaltino Morais, o testemunho de Paula Nunes na sala de tribunal foi mais contido.
A ex-secretária do edil afirmou, sobre as ligações do autarca com outros arguidos no processo, que “reuniões eram uma constante, ao fim da tarde, no gabinete do presidente”, sem no entanto “saber o conteúdo dos encontros”, que não presenciava.
Sobre a questão do numerário, Paula Nunes explicou que “vinham de apoios para a realização da campanha eleitoral, nomeadamente de empresários do concelho que se disponibilizavam a dar apoio à campanha”.
A testemunha adiantou ainda que “as entregas seriam feitas em jantares e reuniões”, sublinhando que “nunca vi dinheiro a entrar na Câmara”.
Sobre os depósitos que fez nas suas contas pessoais, Paula Nunes afirmou que tal aconteceu “por pedido do Dr. Isaltino Morais, por estar a passar por um divórcio”, reconhecendo que não pôs em causa esses pedidos por “terem por base uma relação institucional, bem como de amizade e confiança”.
No entanto a testemunha sublinhou que “se fosse nos dias de hoje, não o voltaria a fazer”, já que “na altura, a grande motivação era o meu trabalho, progredir na carreira, e tinha algum receio que se não obedecesse teria que abandonar a Câmara”.
Já Isaltino Morais afirmou, à saída do Tribunal, que “todas as testemunhas têm dito a verdade”, sublinhando que “tive a oportunidade de contar a minha versão, e estou satisfeito desde o início”.