segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Comerciantes exigem condições no Mercado de Linda-a-Velha

Há cerca de duas semanas, de acordo com os comerciantes, que o Mercado de Linda-a-Velha deixou de ter máquina de gelo própria, depois de funcionários da Câmara terem ido ao local para efectuar um serviço de manutenção.
Joaquim Dias, comerciante, adiantou ao CORREIO de OEIRAS que há duas semanas atrás, quando chegaram ao mercado, não havia gelo. “Aproveitaram o facto de ser uma segunda-feira e o mercado estar fechado para vir arranjar a máquina de gelo, mas deixaram-na partida, e quando chegámos na terça para trabalhar não tínhamos gelo, nem uma justificação”.
Para o comerciante, este é “um acto de cobardia, vieram para arranjar a máquina e destruíram-na, e disseram-nos posteriormente que não fazia sentido ter aqui uma máquina de gelo, já que as pessoas não vinham trabalhar, e mandaram-nos ir buscar o gelo a Carnaxide ou Algés”.
Avelino da Costa trabalha no mercado de Linda-a-Velha há mais de trinta anos e considera que as condições de trabalho no local não são as melhores: “nada foi pintado, o espaço precisa de uma requalificação. Precisamos que a máquina do gelo seja substituída e de obras para melhorar o ambiente”, disse.
O representante do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal, Miguel Pinto, considera “inaceitável não dar condições aos vendedores e utentes do mercado”, adiantando que estas acções “condenam o mercado à morte, já basta a concorrência desleal dos grandes espaços comerciais”, sublinhou.
O autarca reconhece que “devem ser pensadas outras valências para o mercado”, e refere que “os programas eleitorais devem ser cumpridos, por isso que se cumpra o do IOMAF em relação ao mercado de Linda-a-Velha”, adiantando que “o ex-presidente da Junta de Freguesia tinha projecto para este espaço”.
Alda Lopes é comerciante do mercado de Linda-a-Velha há trinta anos, e o problema que encara hoje dificulta-lhe a vida. “Não tenho carro, tenho que pedir a colegas que me tragam gelo dos outros mercados”, e garante que o negócio fica a perder; “As pessoas não vêm aqui se não tiver gelo, exijo que coloquem uma máquina nova aqui, para que possamos trabalhar”.
Outra voz de insatisfação chega de Justina Gonçalves, que garante não ter “dinheiro para gasolina, para andar para trás e para a frente a ir buscar gelo. Todos pagam rendas aqui, e a Câmara diz que não tem verbas para gastar no mercado”, e desabafa: “eu é que não tenho verbas para a gasolina, têm que nos resolver o problema”.