Tem sido frequente o aparecimento de blogs online e grupos nas redes sociais da internet cujo propósito é debaterem as condições de vida de Porto Salvo. Estes movimentos de cidadania ativa denunciam a preocupação e interesse dos munícipes em opinar sobre as suas necessidades e expectativas para o local onde vivem. «Quando quero brincar com o meu filho tenho de ir para a Fábrica da Pólvora ou para o jardim de Oeiras», afirmou um dos moradores do Bairro Auto Construção. Confrontado com a recente inauguração do parque do Bairro dos Navegadores, o mesmo munícipe referiu que não se sente seguro ao levar o seu filho àquela instalação. «Não tem nada a ser com racismo ou xenofobia mas é do conhecimento geral que um utente daquele parque que não seja conhecido na zona tem grandes probabilidades ser alvo de algum vandalismo material, nomeadamente no seu automóvel, enquanto está no parque», comentou acrescentando que esta é uma opinião comum entre os moradores de Porto Salvo mas que nem todos o dizem publicamente com receio de serem mal interpretados.
Outra das situações caricatas e alvo de comentários entre os moradores, é a existência de uma zona de parqueamento numa das entradas de Porto Salvo, perto do cruzeiro. O local está dotado de árvores que permitem alguma sombra, parqueamento assinalado para automóveis, caixotes do lixo e alguns bancos. Mas a constatação primeira que qualquer cidadão consegue auferir é o vazio que se faz sentir naquele local. É muito raro encontrar algum automóvel estacionado e as escassas zonas verdes estão obviamente vazias e subaproveitadas.
Um dos membros fundadores do grupo virtual «Queremos um parque infantil e zonas de lazer no centro de Porto Salvo» explicou ao jornal Correio de Oeiras que o objetivo da plataforma é permitir que «os munícipes possam expressar as suas opiniões sobre as mais diversas questões ligadas à vila». Ao mesmo tempo, as vias de comunicação na internet permitem transmitir aos decisores políticos essas mesmas opiniões visto de outra forma é difícil uma vez que «a maior parte dos moradores de Porto Salvo trabalha fora da freguesia e quando retorna a casa os organismos estão fechados e os responsáveis indisponíveis».