quinta-feira, 17 de julho de 2008

Mercado em análise - Queijas

Falta de dinamismo e lojas fechadas são problemas sentidos pelos comerciantes do Mercado de Queijas. O CORREIO DE OEIRAS falou com o presidente da Junta de Queijas, Ricardo Barros, e com o vereador da CMO, Pedro Simões, que detém o pelouro dos Mercados, para perceber quais os planos para o espaço.
Alvo de alguma insatisfação por parte dos comerciantes, o Mercado de Queijas apresenta lojas fechadas, uma dinâmica aquém das expectativas dos concessionários, e a ideia geral é que o espaço seja alvo de algumas intervenções por parte da autarquia.
O CORREIO DE OEIRAS falou com o presidente da Junta de Freguesia de Queijas, Ricardo Barros, e ficou a saber quais os principais problemas e possíveis soluções para aquele espaço.
Na óptica do autarca, o Mercado não é "tradicional, no sentido lato da palavra, e acabou por se tornar um misto de Centro Comercial, com algumas lojas, e, de facto, mercado. Mas o conceito, como ainda existe por exemplo em Algés e Carnaxide, não se aplica no caso de Queijas".
A falta de dinamismo no espaço é justificado pelo facto de "tirando algum comércio que puxa gente para lá, a realidade é que o mercado não é um local que as pessoas visitem ou vão passear, mas vão pontualmente à procura de algo específico".
Sobre as iniciativas que podem, de alguma forma, levar vivacidade ao espaço, Ricardo Barros sublinha que a junta "tem feito uma série de actividades, quer dentro do mercado, quer no espaço circundante, para trazer alguma dinâmica ao local", afirmando que um dos problemas mais acentuados é o "espaço limitado, que dificulta a nossa ideia de reorganização".
O autarca admite que o mercado "como está, deve ser repensado", e é da opinião que "é necessário um reajuste no espaço, porque há limites que impedem algumas lojas de crescer".
Uma das ideias do presidente da Junta para acrescentar vida ao espaço é acrescentar um piso superior que a sede da Junta pode ocupar. "Já apresentei essa ideia ao presidente da CMO, mas não estou certo de que possa ser concretizada. Essa medida poderia tornar o espaço mais aproveitado, visitado e utilizado".
Afirmando que a Câmara "tem sido muito receptiva a este assunto", o autarca admite que "o que existe, até agora, são estudos, não há projectos concretos".

Há conhecimento das preocupações
Pedro Simões, vereador da CMO que detém o pelouro dos Mercados, afirma que "a primeira coisa que fiz desde que assumi pelouros, não há muito tempo, foi dar uma volta pelos mercados e falar com algumas pessoas". O autarca tem "conhecimento das preocupações das pessoas", assegurando que "se estão a analisar as situações caso a caso. Existem estudos, e o município está atento ao que se está a passar, e vai tomar medidas que serão devidamente anunciadas quando chegar a altura de o fazer".
Pedro Simões afirmou ter ouvido "o presidente da Junta e os concessionários, e tenho presente as dificuldades daquele mercado, e a autarquia está a estudar soluções, não só para Queijas, mas para todos os mercados do concelho, numa óptica global", estando neste momento num período de avaliação.

Comércio Local
Sendo o Comércio de Queijas mais abrangente que a zona do mercado, o Centro Comercial Cheuni não foge à regra, e apresenta também um nível de desertificação elevado.
Teresa Sá, proprietária da agência "Teresa Sá Seguros", tem a consciência de que "o comércio tem vindo a decrescer de uma forma brutal, nos últimos anos". Em jeito de desabafo, Teresa Sá afirma que "basta olhar para este Centro, que está praticamente vazio, para ver que as coisas não estão bem".
Da opinião que são também os proprietários que têm de tomar a iniciativa de dinamizar o espaço, a empresário encontrou uma forma de "lutar contra a tendência do decréscimo da procura do comércio local, e tenho sempre a porta aberta para os clientes". "Optei por esta forma, explorando o conceito de proximidade, própria do comércio tradicional".
Pegando numa frase do presidente da Junta de Queijas, onde afirma que o comércio local "está vivo e enraizado", Teresa Sá não partilha da opinião do autarca; "este exemplo está à vista de qualquer pessoa. Quem entra aqui vê um Centro fechado, só com duas ou três lojas", afirmando que "o que está enraizado são as lojas mais antigas, e as lojas chinesas".
joanacoelholopes@correiodeoeiras.net

Publicado na edição Nº4 do Correio de Oeiras