terça-feira, 20 de setembro de 2011

Edição n.º 53: Meias verdades

Editorial

Há um velho ditado bem português que diz “zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades”… não é que o ditado é verdadeiro?! É curioso ver que nos momentos mais complicados da vida social, económica e/ou profissional de cada um, há sempre uma voz de fundo que nos acusa, que se lembra daquilo que nunca pensámos que alguém pudesse ter dado importância. Assim é com o nosso país, concelho, freguesia, bairro… nos momentos de prosperidade todos aplaudem em uníssono as decisões governamentais, por mais irresponsáveis e infundadas que possam ser, naquela altura afiguram-se como algo de génio. Meses e anos mais tarde começam a chegar as pesadas faturas. Depois ninguém assume a responsabilidade e relega-se para a classe politica uma culpa que não é solteira. Há uma característica comum em todas as crises que o povo parece não querer ver. Os governantes são móveis, flutuantes e instáveis mas a soberania popular não. Para compreendermos a austeridade que nos impõem há que ser rigoroso e austero na nossa micro-realidade. Quantas vezes já refletiu sobre o que tem vindo a adquirir sem necessidade?